Participantes
Waneska Barboza
Médica e Secretária de Saúde de Aracaju – SE
Fábio José da Silva
Técnico do Programa Telessaúde de Mato Grosso, reconhecido como Destaque Boas Práticas do Prêmio Excelência em Competitividade, organizado pelo CLP.
Vídeo
- Publicado em 23/04/2020
Diante da pandemia de Covid-19, a telessaúde ganha força como alternativa para os municípios brasileiros que desejam possibilitar a prestação de serviço de atendimento à distância e facilitar a interlocução entre profissionais de saúde.
Por telefone ou Internet é possível melhorar a eficiência de serviços e reduzir filas, o que repercute na diminuição do risco de aglomerações em unidades de atendimento.
Para falar sobre o assunto e as possibilidades de implementação de ferramentas de telessaúde para o enfrentamento ao coronavírus, a plataforma CoronaCidades reuniu Waneska Barboza, médica e Secretária de Saúde de Aracaju, e Fábio José da Silva, coordenador do Programa de Telessaúde do Mato Grosso em mais um Webinar. A conversa teve mediação da pesquisadora Helyn Thami, integrante do Instituto de Estudos para Políticas de Saúde.
No paralelo, a equipe da CoronaCidades acaba de lançar uma Ferramenta para Teletriagem. Trata-se de uma planilha, totalmente gratuita e de fácil preenchimento, que orienta profissionais de saúde na triagem e monitoramento por telefone de casos com sintomas respiratórios, incluindo os suspeitos de Covid-19.
Clique aqui para acessar a Ferramenta para Teletriagem desenvolvida pela CoronaCidades.
Assista à íntegra do Webinar sobre telessaúde no vídeo ao lado.
Distinção entre telessaúde e telemedicina
No início do encontro, a mediadora Helyn Thami, pesquisadora do IEPS, esclareceu o conceito de telessaúde, mais amplo do que o de telemedicina. “A telessaúde diz respeito a qualquer utilização de tecnologia de comunicação para prestação de serviço de saúde à distância e para compartilhamento de conhecimento entre os profissionais dessa área”, ressaltou.
Nessa perspectiva, a telemedicina funcionaria como um ramo possível dentro da telessaúde, bem como a teleconsultoria, que possibilita que profissionais e gestores de saúde esclareçam dúvidas sobre procedimentos clínicos e ações de saúde com seus pares por meio da telecomunicação.
Ao longo do encontro, os participantes reforçaram que a telessaúde pode ser aplicada para diferentes objetivos, com o uso de ferramentas diversas. É possível começar a implementação mesmo diante de obstáculos relacionados a conectividade e disponibilidade de equipamentos.
Ao compartilhar a experiência do Programa de Telessaúde no Mato Grosso, Fábio José destacou que, muitas vezes, o aparelho celular é a principal ferramenta dos profissionais que atuam na telessaúde. “Temos profissionais que trabalham offline e repassam informações para a plataforma quando ficam online. A maioria das nossas teleconsultorias é feita por celular. É preciso começar a fazer e depois corrigir (a medida que as dificuldades apareçam)”, incentivou.
A experiência do MonitorAju
Secretária de Saúde de Aracaju, Waneska Barboza compartilhou com os participantes do Webinar a experiência de implementação de ferramentas de telessaúde na capital de Sergipe.
Diante da ameaça do coronavírus, o município criou o MonitorAju, um canal de atendimento que realiza a triagem e monitoramento à distância de moradores da cidade que apresentam sintomas respiratórios. O serviço funciona via telefone, pelo canal de atendimento 156, e também por site, que pede ao usuário que preencha um formulário.
Os formulários trazem uma definição objetiva de sintomas. A partir das informações inseridas no documento, os profissionais de saúde fazem o monitoramento dos casos. “Afastamos da ponta os profissionais de saúde acima de 60 anos e os colocamos dentro da secretaria, para preencher os formulários e evoluir na padronização das ferramentas”, explicou Waneska.
O formulário do MonitorAju também chegou ao aeroporto da cidade, onde passou a ser realizado o cadastro de todos os passageiros que desembarcam em Aracaju. A partir das informações colhidas neste momento, a prefeitura faz o monitoramento das pessoas classificadas como prováveis suspeitas de contaminação pela Covid-19. Por conta do trabalho realizado, o município agora tem dados que podem ajudar a mapear as portas de entrada do coronavírus e possíveis focos de expansão na cidade.
A importância das parcerias na implementação da telessaúde
Um dos técnicos responsáveis pelo Programa de Telessaúde em Mato Grosso, Fábio José destacou em sua fala a importância de estabelecer parcerias para viabilizar a implementação da telessaúde nos municípios.
Em Mato Grosso, o programa – reconhecido como Destaque Boas Práticas do Prêmio Excelência em Competitividade, organizado pelo CLP – é resultado de uma parceria entre Secretaria Estadual de Saúde, Ministério da Saúde, Universidade Federal e municípios. De acordo com Fábio José, o estado utiliza tecnologias desenvolvidas por diferentes parceiros para avançar na implementação da telessaúde. “Somos um case de sucesso sem ter plataforma própria”, explicou.
Ele acredita que o estabelecimento de consórcios intermunicipais podem facilitar a implementação de serviços de telessaúde com mais eficácia, eficiência e efetividade. “O que recomendo aos municípios é: procurem as estruturas de telessaúde que existam nos seus estados. Se o seu estado não tem, existem várias plataformas públicas de teleconsultoria que vocês podem aderir. Parceria é fundamental”, afirmou.
Assista à íntegra do Webinar no vídeo ao lado.
Acesse a Ferramenta para Teletriagem desenvolvida pela plataforma CoronaCidades.