Resultados do teste do Módulo 4 - Campanha de vacinação: divulgação, informação e educação em saúde

1. A vacina CoronaVac é chinesa e segura

FATO. A taxa de segurança relatada nos estudos científicos é aceitável e é similar a de outras vacinas consideradas eficazes. Além disso, as reações adversas relatadas nos testes foram leves e passageiras (dor no local de aplicação, febre moderada e perda de apetite). A vacina também foi desenvolvida sob o rigoroso protocolo internacional de condução de estudos clínicos exigidos para a aprovação de vacinas. Ou seja, é eficaz e segura para ser usada na população.

2. A vacina NÃO pode causar outras doenças, como autismo ou doenças autoimunes

FATO. A convicção nessa afirmação tem origem em 1998, quando o médico britânico Andrew Wakefield inventou uma conexão entre a vacina tríplice (rubéola, caxumba e sarampo) e o autismo em crianças. O absurdo foi denunciado e Wakefield, proibido de usar seu diploma. Contudo, esse fato alimenta até hoje o movimento antivacina. Como já sabemos, a segurança é o ponto fundamental para a aprovação de qualquer vacina, já que elas são aplicadas em pessoas saudáveis para prevenir – e não para tratar – doenças. Portanto, as vacinas não causam doenças.

3. A vacina NÃO tem qualquer interferência na infertilidade em mulheres

FATO. Há uma suposição que circula na internet que a vacina da Pfizer causaria uma resposta imunológica contra a proteína spike poderia levar à infertilidade em mulheres por um período não especificado. A proteína spike é a estrutura usada pelo novo coronavírus para invadir as células humanas e nada tem a ver com a fertilidade humana ou com a capacidade de afetar o desenvolvimento de uma gestação.

4. Nunca foi desenvolvido alguma vacina que contenha na sua composição células de fetos abortados

FATO. Fetos abortados nunca fizeram e não fazem parte da composição de nenhuma vacina. Não se usam fetos abortados nesse processo. As células humanas fetais, como a HEK-293, são cópias de células imortalizadas de um tecido coletado em 1972. Hoje, as células usadas na produção de algumas vacinas não são mais as mesmas das originais. O tecido coletado em 1972 deu origem a outras gerações das chamadas de células imortalizadas, que são replicadas apenas in vitro, e usadas na produção do agente infeccioso. As células imortalizadas são utilizadas na produção dos vetores virais de vacinas, como os adenovírus modificados.

5. A vacina NÃO pode me infectar com o coronavírus

FATO. As vacinas são controladas e fiscalizadas por diversas agências reguladoras, como a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) no Brasil e no mundo, portanto não seriam autorizadas caso fossem apontadas fragilidades como a infecção pelo agente viral. O fato é que nenhuma das vacinas disponíveis possui o agente viral (coronavírus) em sua fórmula.

6. Depois de tomar a vacina não preciso mais usar a máscara

FAKE. A máscara segue sendo um acessório indispensável, assim como a manutenção de todas as normas e diretrizes, inclusive o distanciamento social, o funcionamento de estabelecimentos com horário e público reduzidos e o uso de álcool gel. Essas barreiras sanitárias seguirão sendo importantes, porque a vacina não impede a circulação do Sars-CoV-2, já que, mesmo protegida dos sintomas, uma pessoa imunizada ainda pode transmitir a infecção. Além disso, é importante lembrar que, em média, uma vacina gera anticorpos a partir do décimo dia, uma vez que o cidadão tenha recebido o esquema de doses completo.

7. Voluntários dos testes já morreram por terem se submetido ao uso das vacinas

FAKE. O único voluntário de testes da vacina contra Covid-19 que morreu ainda não havia recebido a vacina.

8. Vacina contra Covid-19 altera o DNA humano

FAKE. Vacinas de RNAm, como a da parceria Pfizer-BioNTech e a da Moderna, não é capaz de modificar nosso material genético porque a substância não chega ao núcleo da célula, onde fica o DNA. Elas são metabolizadas pelo nosso organismo fora do núcleo da célula, no citoplasma. Já as vacinas de DNA entram no núcleo da célula humana, mas também não são capazes de alterar o DNA porque o plasmídeo, molécula que entrega o fragmento de DNA que codifica para a proteína spike do coronavírus, não é capaz de se integrar ao DNA humano.

9. Vacina contra Covid-19 contém microchips implantados para o controle das pessoas

FAKE. Não há nenhuma vacina em desenvolvimento que contenha qualquer tipo de microchip e não há qualquer intenção. Além disso, não é possível controlar pessoas através de microchips usando a tecnologia 5G. 

10. A vacina contra a Covid-19 precisa ter pelo menos 90% de eficácia para ser aprovada

FAKE. Em situações comuns, órgãos internacionais e agências reguladoras nacionais consideram que vacinas devem ter 70 a 80% de eficácia, no mínimo,  para serem aprovadas, dependendo do caso. Mas, diante de uma pandemia global, entende-se que vacinas com eficácia menor ainda assim seriam capazes de trazer alento e ajudar a controlar a situação. Assim, órgãos como a Organização Mundial da Saúde (OMS) e a Food and Drug Administration (FDA) – agência que regula medicamentos nos Estados Unidos -, definiram que uma vacina contra a Covid-19 precisa ter uma eficácia comprovada mínima de 50% para ser aprovada.

REFERÊNCIAS

CANCIAN, Natália. Voluntário de testes da vacina de Oxford que morreu não recebeu a imunização. Folha de São Paulo, out., 2020. Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/2020/10/voluntario-de-testes-da-vacina-de-oxford-que-morreu-nao-recebeu-a-imunizacao.shtml. Acesso em: 14 jan. 2021.

FERREIRA, Nicola. Vacina contra covid-19 causa câncer e HIV? Cuidado com onda de fake news. Viva Bem, jan. 2021. Disponível em: https://www.uol.com.br/vivabem/noticias/redacao/2021/01/09/vacina-contra-covid-19-causa-cancer-e-hiv-cuidado-com-onda-de-fake-news.htm?cmpid=copiaecola. Acesso em: 14 jan. 2021.

RIBEIRO, Ana Paula Lima. Depois de tomar vacina, ainda preciso usar máscara? CNN Brasil Saúde, dez., 2020. Disponível em: https://www.cnnbrasil.com.br/saude/2020/12/10/depois-de-tomar-vacina-ainda-preciso-usar-mascara. Acesso em: 14 jan. 2021.

SANAR MEDICINA. Fake news sobre as vacinas para Covid-19 podem atrapalhar imunização. Sanar, ago. 2020. Disponível em: https://www.sanarmed.com/fake-news-sobre-as-vacinas-para-covid-19-podem-atrapalhar-imunizacao. Acesso em: 14 jan. 2021.

SAÚDE, iG. 2020: confira as 7 fake news mais perigosas sobre a pandemia de Covid-19. Disponível em: https://saude.ig.com.br/coronavirus/2020-12-23/2020-confira-as-7-fake-news-mais-perigosas-sobre-a-pandemia-de-covid-19.html. Acesso em: 14 jan. 2021.

YAMAGUTI, Bruna. O que é verdade e o que é fake sobre as vacinas contra a Covid-19. Correio Braziliense, Ciência e Saúde, dez., 2020. Disponível em: https://www.correiobraziliense.com.br/ciencia-e-saude/2020/12/4897446-o-que-e-verdade-e-o-que-e-fake-sobre-as-vacinas-contra-a-covid-19.html. Acesso em: 14 jan. 2021.

VIDALE, Giulia. As fake news mais preocupantes sobre as vacinas contra a Covid-19. Revista Veja, Saúde, dez., 2020. Disponível em: https://veja.abril.com.br/saude/as-fake-news-mais-preocupantes-sobre-as-vacinas-contra-a-covid-19/. Acesso em: 14 jan. 2021.