Fortalecer a atuação dos agentes comunitários de saúde

O Conselho Nacional de Secretários de Saúde (CONASS) e o Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (CONASEMS) publicaram guia específico para orientar a Rede de Atenção à Saúde¹, e o Ministério da Saúde fornece diretrizes para a execução da Vigilância Epidemiológica². Estes guias são excelentes pontos de partida.

A atuação dos agentes comunitários no enfrentamento à pandemia precisa ser feita de forma cuidadosa e planejada. Os agentes de saúde são um grande ativo no enfrentamento a emergências sanitárias e têm experiência com situações prévias, como dengue, zika e H1N1. No entanto, seu trabalho durante a pandemia pode significar risco para eles e para os usuários dos serviços. Assim, é essencial que a prefeitura promova fornecimento de EPIs (máscaras PFF2), vacinas, capacitação, informações e orientação.

Os agentes de saúde podem desenvolver diversas tarefas no combate à pandemia:

Repassar informações de prevenção para os usuários dos serviços (por meio de visitas peri-domiciliares ou com uso de whatsapp e telefone)

Acompanhar os pacientes infectados à distância. Em alguns municípios, pacientes receberam oxímetros para acompanhar a saturação de oxigênio e informar aos agentes de saúde.

Combater fake news, identificando as informações falsas e transmitindo as informações corretas por meio das visitas, do whatsapp, de rádios comunitárias ou carros de som

Atuar em barreiras sanitárias com repasse de informações, garantindo obrigatoriedade de quarentena ou outras atividades para pessoas que chegam à cidade

Fazer rastreamento de contatos. Os agentes de saúde podem verificar com quem as pessoas infectadas estiveram ou por onde passaram e contatar essas pessoas para que verifiquem suas condições de saúde ou fiquem em quarentena

Garantir práticas de isolamento, distanciamento físico, uso de máscaras e quarentena. Como os agentes de saúde moram na comunidade onde atuam, eles podem verificar se estas medidas de prevenção estão sendo adotadas.

Além de realizar estas atividades e atuar na campanha de vacinação, é essencial que os agentes de saúdecontinuem desempenhando seu trabalho de rotina no acompanhamento dos grupos prioritários, caso contrário, futuramente estes grupos também sofrerão consequências de doenças não prevenidas. Reforçamos a importância, especialmente, da atenção às gestantes e puérperas.

Também reforçamos que, para realizar todas essas atividades, os agentes de saúde precisam ser preparados e protegidos. Além do acesso a EPIs e vacinas, precisam ser capacitados e ter total apoio de suas equipes para que orientem quanto aos modos de prevenção, de vigilância epidemiológica e de orientação do cidadão e combate às fake news também junto a esse público³.


¹ COVID-19: Guia Orientador para o enfrentamento da pandemia na Rede de Atenção à Saúde. 3a edição. Brasília: SUS/CONASS/CONASEMS, outubro de 2020.

² Guia de Vigilância Epidemiológica: Emergência de saúde pública de importância nacional pela doença pelo Coronavírus 2019 – Covid-19. Brasília: Ministério da Saúde, 15 de março de 2021.

³Lotta, Gabriela et al. (2021) A pandemia de Covid-19 e os (as) profissionais de saúde pública no Brasil. 4a fase. FGV/EASP. Abril. https://portal.fiocruz.br/sites/portal.fiocruz.br/files/documentos/a-pandemia-de-covid-19-e-os-profissionais-de-saude-publica-no-brasil_fase-4.pdf